ATA DA VIGÉSIMA SEXTA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 21-12-2015.
Aos vinte e um dias do mês
de dezembro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às vinte e uma
horas, foi realizada a chamada, respondida por Airto Ferronato, Carlos
Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino,
Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim,
João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Márcio Bins
Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol,
Rodrigo Maroni e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum
deliberativo, o Presidente declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO
DIA. Ainda, durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Marcelo Sgarbossa
e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei
do Executivo nº 026/15 (Processo nº 2098/15), após ser discutido por Prof. Alex
Fraga. A seguir, por solicitação de Fernanda Melchionna e Mônica Leal, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, a Flávio
Basso e a Dóris Terra Silva. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº
01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/15, por sete votos SIM,
dezenove votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por
Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Lourdes Sprenger, Jussara Cony, Fernanda
Melchionna e Alberto Kopittke, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta,
tendo votado Sim Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não
Airto Ferronato, Carlos Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro
Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e
Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção Clàudio Janta e Lourdes Sprenger,
votação essa posteriormente declarada nula pelo Presidente. Na oportunidade,
foi constatada a existência de quórum deliberativo, em verificação solicitada
por Sofia Cavedon. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02 aposta
ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/15, por oito votos SIM, dezenove votos
NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Fernanda Melchionna,
Engº Comassetto, Idenir Cecchim, Jussara Cony, Alberto Kopittke e Sofia
Cavedon, em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo votado Sim
Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara
Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Airto
Ferronato, Carlos Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista,
Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Tarciso
Flecha Negra e optado pela Abstenção Lourdes Sprenger e Mauro Pinheiro. Em
continuidade, o Presidente informou que não votara na Emenda nº 01 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 026/15 e, por esse motivo, declarou nula a
votação dessa Emenda. Foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 026/015, por sete votos SIM, dezenove votos NÃO e três ABSTENÇÕES,
em votação nominal solicitada por Mauro Pinheiro, tendo votado Sim Alberto
Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Airto Ferronato, Carlos
Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Tarciso Flecha Negra e
optado pela Abstenção Clàudio Janta, Lourdes Sprenger e Mauro Pinheiro. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 026/15, por nove votos SIM, dezoito votos NÃO e duas ABSTENÇÕES,
após ser encaminhada à votação por Fernanda Melchionna, Engº Comassetto,
Jussara Cony, Alberto Kopittke e Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada
por Clàudio Janta, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Airto Ferronato, Carlos
Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro,
Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo
Brum, Reginaldo Pujol, este com Declaração de Voto, Rodrigo Maroni e Tarciso
Flecha Negra e optado pela Abstenção Lourdes Sprenger e Mauro Pinheiro. Na
ocasião, por solicitação de Idenir Cecchim, foi realizado um minuto de
silêncio, em homenagem póstuma a Luiz Carlos Amorim, a Selma Reis e a Kurt
Masur. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 04 aposta ao Projeto de
Lei do Executivo nº 026/15, por vinte e um votos SIM e seis ABSTENÇÕES, em
votação nominal solicitada por Mauro Pinheiro, tendo votado Sim Airto
Ferronato, Carlos Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony,
Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção Clàudio
Janta, Engº Comassetto, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro e
Prof. Alex Fraga. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 05 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 026/15, por vinte e dois votos SIM e cinco
ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Idenir Cecchim, Carlos
Casartelli, Sofia Cavedon, Alberto Kopittke e Clàudio Janta, em votação nominal
solicitada por Clàudio Janta e Kevin Krieger, tendo votado Sim Airto Ferronato,
Alberto Kopittke, Carlos Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro
Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica
Leal, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol,
Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção
Clàudio Janta, Engº Comassetto, Jussara Cony, Lourdes Sprenger e Marcelo
Sgarbossa. Foi aprovada a Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 026/15, por dezenove votos SIM, seis votos NÃO e duas ABSTENÇÕES,
em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Sim Airto
Ferronato, Carlos Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista,
Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Tarciso
Flecha Negra, votado NÃO Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Lourdes Sprenger e Prof. Alex Fraga e optado pela
Abstenção Clàudio Janta e Mauro Pinheiro. Foi aprovado o Projeto de Lei do
Executivo nº 026/15, por vinte votos SIM e nove votos NÃO, em votação nominal
solicitada por Engº Comassetto, tendo votado Sim Airto Ferronato, Carlos
Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista,
Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Tarciso
Flecha Negra e Não Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga
e Sofia Cavedon. Na ocasião, foi apregoada Declaração de Voto de Delegado
Cleiton ao Projeto de Lei do Legislativo nº 237/14 (Processo nº 2566/14). Foi
votado Requerimento de autoria de Fernanda Melchionna, solicitando o adiamento,
por cinco sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 067/15, o
qual obteve um voto SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à
votação por Reginaldo Pujol, tendo votado Sim Fernanda Melchionna, votado Não
Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme
Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol e Rodrigo Maroni e optado pela Abstenção
Delegado Cleiton, votação essa declarada nula, em face da inexistência de
quórum. Durante a Sessão, Tarciso Flecha Negra, Fernanda Melchionna, Reginaldo
Pujol, João Carlos Nedel, Jussara Cony e Clàudio Janta manifestaram-se acerca
de assuntos diversos. Às vinte e três horas e quarenta e dois minutos, o
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores titulares
da Comissão Representativa para a reunião ordinária da próxima quarta-feira, à
hora regimental. Os
trabalhos foram presididos por Mauro Pinheiro e Paulo Brum e secretariados por
Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 21h): Havendo quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2098/15 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 026/15, que
autoriza o Poder Executivo a constituir pessoa jurídica, sob a forma de
sociedade por ações, na modalidade sociedade de economia mista, denominada
Empresa de Gestão de Ativos do Município de Porto Alegre S/A – INVESTE POA –,
vinculada à Secretaria Municipal da Fazenda. Com Mensagem Retificativa.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Guilherme Socias Villela: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 14-12-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
discutir o PLE nº 026/15.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa noite, senhoras e senhores que acompanham os trabalhos nesta noite,
Vereadores, Vereadoras; eu subo à tribuna para discutir este projeto que o
Executivo manda a esta Casa para a criação de uma empresa para gerenciar
investimentos. Eu escutei atentamente a fala do Ver. Clàudio Janta, e é minha
também a preocupação manifestada por ele na tribuna. Realmente, nós temos uma
grande quantidade de bens do Município, inclusive recursos financeiros, que,
pelo projeto de lei, serão aportados nessa empresa, e isso me causa muita
preocupação. Muita preocupação porque, há alguns meses, uma pergunta de um
aluno me fez refletir bastante. Ele me perguntou: “Professor, agora como
Vereador, o senhor acha que o Brasil tem saída? Será que há possibilidade de
nós revertermos este quadro de descrédito da classe política, de corrupção?” Eu
disse para ele: “Não, eu não acredito.” O sistema político brasileiro é
corrompido. No momento em que nós temos uma série de interesses por trás de
decisões importantes, esses interesses fazem com que nós não possamos, muitas
vezes, externalizar a nossa sincera opinião e votar de acordo com as nossas
convicções. E, a partir de acordos, a partir da divisão do Governo em cargos
para acomodar as diferentes correntes e os diferentes grupos em prol de uma certa
ou suposta governabilidade, barbaridades são cometidas. O aparelhamento de
instituições, de empresas públicas, de Secretarias, de Ministérios, isso causa
prejuízo à nossa Cidade, ao nosso Estado e ao nosso País.
Eu subo à tribuna para fazer um pequeno comparativo
para os Vereadores que ainda não fizeram uma reflexão mais profunda. Senhoras e
senhores, eu trouxe um singelo exemplo: dez entidades no Brasil, sendo oito
patrocinadas por estatais federais, são responsáveis por 80% do total do
déficit acumulado nos fundos de pensão no Brasil. Isso totaliza R$ 46 bilhões.
Esse é o déficit dos fundos de pensão. Entre eles, nós temos o fundo Postalis,
dos Correios; a Funcef, da Caixa Econômica Federal; a Petros, da Petrobras,
todos eles administrados por sindicalistas indicados pelo Governo que fazem
parte da CUT, a Central Única dos Trabalhadores. Mas não vamos restringir à má
gestão, única e exclusivamente a um alvo. O Fundo Aerus, da Varig, é o mais
notório caso de prejuízo e rombo nas pensões. Ele começou a ser dilapidado, e o
buraco começou na época do Governo Fernando Henrique Cardoso. Então, o problema
brasileiro é de longa data. E eu destaco aqui: a transferência de bens
municipais para um fundo de investimento é um perigo. Eu peço que os Vereadores
pensem bem e ajam com responsabilidade. Nenhum pai ou mãe que tenha
responsabilidade coloca um cheque em branco na mão dos seus filhos. Pode
confiar cegamente neles, mas ninguém aqui, pais e mães, ou futuros pais e mães,
colocaria um cheque em branco na mão de um filho, por mais bem-intecionado que
ele seja. Portanto, peço que os Vereadores pensem, isso é um cheque em branco
que está sendo colocado na mão de uma empresa.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Presidente,
solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Flávio Basso, músico
conhecido como Júpiter Maçã, ex-integrante das bandas Cascavelettes e TNT.
A SRA. MÔNICA LEAL (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de aproveitar a oportunidade e solicitar um
minuto de silêncio pelo falecimento da filha do ex-Prefeito de São Francisco de
Paula, Sérgio Bandoca Foscarini da Silva, do Partido Progressista, Srta. Dóris
Terra Silva.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Deferimos os pedidos.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação a
Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 026/15. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLE
nº 026/15, como autor.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Obrigado, Presidente
Mauro; eu sei que talvez não estejamos aqui abertos ao convencimento, mas eu
faço questão de registrar minhas opiniões para a história. Eu estava estudando
aqui um pouco sobre o que está acontecendo em Belo Horizonte, numa empresa
criada idêntica a esta, Ver. Pujol, o senhor, que sempre foi um árduo lutador
contra a criação de novas empresas públicas e que hoje está aqui defendendo
uma. A TBH já emitiu 230 milhões de reais em debêntures e tem sido chamada, pela
imprensa de Belo Horizonte, como a Prefeitura que não foi eleita, porque ela
esvaziou os poderes da Câmara de Vereadores. Tudo o que a Câmara de Vereadores
votava antigamente em Belo Horizonte – de cessão de terrenos, negociações,
vendas – é a nova PBH que faz. Tudo o que a Câmara de Vereadores votava, dos
empréstimos que a Prefeitura contratava, já não faz mais, é tudo a PBH. A PBH
passou a gerir, praticamente, todo o Orçamento da Prefeitura, por fora da
Câmara de Vereadores. Só que os brilhantes economistas não contavam que o Tribunal
de Contas não iria concordar. E o Tribunal de Contas começou a dizer que várias
das ações feitas pela empresa de ativos de Belo Horizonte feriam a Lei de
Responsabilidade Fiscal, aquela LRF que os tucanos, democratas e outras pessoas
afeitas a essa ideologia diziam que tinham orgulho de terem criado. O TCU diz
que a PBH e o gestor da Prefeitura de Belo Horizonte descumpriram a Lei de
Responsabilidade Fiscal, porque passou a emitir debêntures com promessas
futuras de ingresso de recursos do Município. É o que está aí, quando eu
relatei que os recursos do Fundo de Participação dos Municípios estão balizando
a emissão de debêntures. Os senhores vão levar o Prefeito Fortunati para a
cadeia nesta noite! Nesta noite, o Sr. Jorge Tonetto – que ninguém daqui sabe quem
é, que nunca geriu coisa nenhuma, que nunca se apresentou para receber um voto
da população – está dando um golpe nesta Câmara de Vereadores, está tirando os
poderes de esta Câmara gerir o Orçamento do Município e vai levar o Prefeito
Fortunati e o Vice-Prefeito Melo para a cadeia. Gostem ou não, podem discordar
de mim, podem ler o Acórdão nº 01, de 2015, do TCU. Está escrito o que vocês
estão criando: vocês estão autorizando a emissão de debêntures por antecipação
de receita, o crime número um da Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas isso é
problema de vocês, o art. 139 do Código Tributário
Nacional, e assim por diante. Tenho aqui toda a decisão, as discussões. Mas eu
gostei desta expressão: “a Prefeitura que não foi eleita: PBH/S.A.”. Hoje nós
estamos criando a Prefeitura e os técnicos economistas que nunca vão ir pedir
votos, que nunca vão dar as caras e que vão decidir o futuro do Orçamento, dos
recursos e do patrimônio.
Aliás, Ver. Cecchim,
eu concordo com o senhor: patrimônio nativo tem que vender. Mas vende, não joga
para a mão de um fundo financeiro que o senhor não sabe quem é, nem eu. Eu
quero o recurso por licitação. Isso é que é o correto de se fazer. Não repassar
para um bando de “playboyzinhos” jogarem na bolsa de valores com o patrimônio público
e ficarem ricos, milionários às nossas custas. Isso não! Acho que é uma opção
bastante séria que os senhores...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01,
destacada, ao PLE nº 026/15.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, nestes cinco minutos, darei continuidade ao que
o meu colega Alberto Kopittke trouxe para o debate. Buscamos as informações de
Belo Horizonte, que criou esta lógica que está sendo copiada para Porto Alegre,
sem uma discussão. Os debêntures tributários são ilegais, já disse o Tribunal
de Contas da União. Mas a Emenda apresentada aqui é para tratar de um dos
artigos do projeto, que é o Conselho que vai fiscalizar. Eu pergunto para a
base do Governo: vocês realmente leram este artigo? Vocês realmente fizeram a
análise do que está sendo proposto ali? O Conselho que vai fiscalizar tudo isso
serão três membros eleitos pelos acionistas, ou seja, por aqueles que estão
botando dinheiro nesse fundo. Não está no Conselho o Executivo Municipal, não
está o olhar da comunidade, ou seja, o controle social e não está o gestor
público municipal. Bom, a emenda que apresentamos no sentido de, como diz o Ver.
Alberto Kopittke, aqui, não deixar que a base do Governo condene o Prefeito
Fortunati e o Vice para colocá-los na cadeia em função deste projeto; no
mínimo, que tenha um controle social dessa empresa que vai dar muito o que
falar na cidade de Porto Alegre e muito o que falar no Rio Grande do Sul.
Vocês lembram – eu não me lembro se foi no Governo
Yeda ou no anterior – quando foi vendido o fundo de ativos do Estado que foi um
dos motivos da quebra do Estado, que até hoje não consegue recuperar? É uma
política semelhante a essa que está sendo implementada. Tudo em nome do quê? Do
orçamento futuro. Já compromete o orçamento futuro para criar caixa hoje.
E aí, eu volto a perguntar, aqui, ao meu querido
amigo, Líder do Governo, Ver. Kevin Krieger: por que tamanha incompetência na
gestão, se nós aprovamos R$ 900 milhões para investimento e o Município só
realizou R$ 211 milhões, 23% do investimento? Por que tamanha incompetência, se
tem R$ 77 milhões nos BRTs e só executou R$ 7 milhões? E as 17 obras que eram
da Copa e só quatro foram entregues e as outras 13 continuam sem execução, que
tiveram 6% de execução neste ano? Para que dinheiro se não conseguem gastar o
dinheiro que têm em caixa? Essa resposta tem que vir aqui, Ver. Delegado
Cleiton! E a secretaria da área que o senhor trabalha, Ver. Delegado Cleiton?
Segurança – tema que a Ver.ª Mônica tanto debate aqui, será que vai ter recurso
do fundo de investimentos para poder dizer para que veio a Secretaria de Segurança
no Município de Porto Alegre? Porque até hoje ninguém sabe por que veio. Ou
alguém sabe para que veio a Secretaria de Segurança do Município de Porto
Alegre? Que gasta recursos, mas que...
E eu volto ao projeto apresentado, à emenda que
propõe, no mínimo, dinamizar a proposta do Conselho, que não sejam somente os
três membros que estão sendo indicados, como proposta de Conselho, três membros
eleitos pela assembleia de acionistas. Por favor, um conselho que vai tratar
uma empresa como essa, se for parecida com a de Belo Horizonte, vai botar em
caixa R$ 200 milhões, R$ 300 milhões, comprometendo a receita futura e vai ser
fiscalizada por aqueles mesmos que estão botando dinheiro na empresa. Três
eleitos por assembleia de acionistas. Podem ter três, sim, de acionistas, mas
tem que ter três do Executivo e...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 026/15.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, não usarei todo o tempo, mas eu lembrei, no decorrer
desses debates, de um profissional, de um funcionário que está na Prefeitura e
que estava fazendo, até o ano passado, um levantamento dos bens. Como quem
trabalhou já em área pública, temos a certeza de que um funcionário não
consegue concluir um levantamento desses. Porque eu já fiz parte de um grupo,
há muitos anos, nós éramos seis e conseguimos fazer levantamento de não muitas
áreas, só de uma área de uma estatal. Então, se vamos passar os tais bens para
esse Fundo, se não temos um levantamento oficial e realmente é difícil saber da
situação perante cartórios, perante locais que estão ocupados que pertencem ao
Poder Público, nós estamos criando uma empresa para gerir não sei quais bens,
não sei o que irá para esse Fundo para arrecadar recursos. É de chamar a
atenção, sim, das consequências de se aprovar algo que não está tão claro e que
não teve uma ampla oportunidade de nós buscarmos todas as respostas, mesmo
porque eu acredito que não tenha, na busca de recursos para o Município. E,
realmente, acho que um fundo até seria interessante, mas eu não sei se não é
perder tempo, porque o Município não é muito simpático a fundos, aliás, a
conselhos, tanto que eu tentei passar
um conselho aqui para auxiliar o Município em
gestões públicas e não foi acatado, então acho que também essa proposta não vai
ser acatada. Mas eu vou lamentar muito se este projeto de lei do Executivo
passar no último dia da 1ª Legislatura de meu mandato, eu presenciar tudo isso,
sabendo o que poderá ocorrer no futuro. E sabe-se lá como vai ser gerido, se
vai ter o devido conhecimento para acompanhar um
projeto de tamanha magnitude na sua aplicação, envolvendo os bens do Município.
Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01,
destacada, ao PLE nº 026/15.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores; possivelmente eu vá repetir pela terceira vez, mas eu fiquei muito
atenta ao que o Ver. Villela disse nesta tribuna. Se é um projeto estruturante,
nós temos que estruturá-lo com ampla participação. Eu digo isso com o maior
respeito que eu tenho pelo Ver. Villela, porque é um homem que tem uma história
na cidade de Porto Alegre, conhece, veio a esta tribuna e foi a única discussão
que eu ouvi de parte da base de sustentação do Governo que introduziu a
discussão do projeto. E quero cumprimentá-lo por isso.
Eu venho aqui
discutir a Emenda nº 01. Já que o Governo entendeu que não se deveria ampliar
esse debate – e nós estamos aqui sem ampliação, nós estamos começando a debater
agora, nós queríamos mais tempo e, inclusive, uma audiência pública. É importante
que o Governo debata com a oposição e com a sociedade, porque nós temos
mecanismos de participação, nós temos mecanismos de comunicação, tem a
TVCâmara, muitas pessoas estão ouvindo este debate. Então, seria importante que
esse debate fosse feito. Fica difícil a população não pensar sobre o motivo do
açodamento na votação deste projeto.
A Emenda nº 01 é de
autoria do Ver. Alberto Kopittke e do Ver. Marcelo Sgarbossa. Ela cria um
Conselho de Acompanhamento da Gestão do Fundo. Não tem isso! Então, é a criação
de um Conselho de Acompanhamento da Gestão do Fundo. Já que o Governo entendeu
que não deveria ter o debate, eu gostaria muito de que essa emenda fosse
discutida, porque eu gostaria de saber a opinião do Governo sobre ela, se
aprova ou não aprova essa emenda. É uma emenda que constitui um Conselho de
Acompanhamento da Gestão do Fundo, integrado por dois indicados pela assembleia
geral do OP. Aqui eu quero dizer que Porto Alegre é uma cidade que foi
referência no Brasil e no mundo sob a ótica da participação popular. Nós
estamos, agora, às vésperas de um novo Fórum Social Mundial, e o Fórum Social
Mundial de 2001 veio para Porto Alegre numa articulação internacional, exatamente pelos mecanismos de participação popular que esta Cidade
criou, através de gestões e da participação do nosso povo. Então, como criar
mecanismos que não dialogam com a população? A esta altura de um processo que
cada vez mais nós temos que aprofundar, diria, radicalizar a democracia de
participação popular para as gestões se tornarem eficientes e para que os
mecanismos que movem a gestão possam ter diálogo com a sociedade. Então, o
Conselho quer dois indicados pela assembleia geral do OP – e aqui eu reafirmo
tudo o que já falei em relação ao
Orçamento Participativo –, dois indicados pelo próprio Poder Executivo e dois
indicados pela sociedade de economia do Rio Grande do Sul. Inclusive, no
parágrafo único, este Conselho terá como atribuições emitir parecer acerca dos
relatórios de gestão do Fundo – isso é muito importante, isso é transparência,
isso é diálogo com a sociedade –, devendo esses pareceres acompanhar a
documentação relativa às prestações de contas aos órgãos de controle. Isso é
mecanismo de controle social, de controle de gestão, o que é importante para
uma gestão, ainda mais quando está em vias de ser votado um projeto que não
teve um aprofundamento e um debate – necessita de mais debate. Então essa
Emenda nº 01 – nós vamos aqui discutir todas as emendas, porque achamos que
elas são importantes, inclusive somos co-autora de uma –, mas eu gostaria de
saber qual é a posição do Governo em relação a isso, que garante um Conselho de
Acompanhamento da Gestão do Fundo, ou seja, garante um olhar e acuidade
necessária à coisa pública. Nós somos Vereadores, nós não podemos ser omissos
nem podemos deixar que nos omitam de trazer propostas que são importantes para
a cidade de Porto Alegre. É isso.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
01, destacada, ao PLE nº 026/15.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu gostaria de perguntar
aos Vereadores do Governo se têm conhecimento que em alguns dos Municípios – eu
vou perguntar aos Vereadores do Governo, porque, muitas vezes, os Vereadores não
vêm aqui debater este projeto, e tenho a convicção, conversando com muitos, que
muitos preferiam adiar esta votação, pela temeridade e pelo grau de
complexidade deste projeto. Mas uma ordem de cima e essa lógica de uma Câmara
sem nenhuma independência, que fica de joelhos para o que o Governo quer,
lamentavelmente tem pautado a Câmara Municipal de Porto Alegre. Tem outra frase
famosa que diz: “Eu prefiro ser tachada de radical à vergonha de nunca ter
lutado”. Eu quero deixar este registro nesta calada da noite em que a Câmara
vai votar este acinte. Cada um de vocês, 36 Vereadores e Vereadoras, têm que
ser dono de seu mandato e votar com convicção naquilo que acredita. Eu queria
perguntar aos Vereadores se têm conhecimento de que Belo Horizonte já foi até condenada
– perdão, Ver. Comassetto –, no Conselho; entraram com representação com
relação à questão da emissão de debêntures, que o Ver. Alberto Kopittke trouxe
a esta tribuna. Se sabem que nesta Cidade, uma das poucas que tem essa
lamentável experiência de transformar Governo em banco, para piorar. Não banco
no sentido do lucro dos bancos, mas, ao contrário, financiando com dinheiro
público – porque o que vai financiar a Investe Poa é dinheiro público – os
interesses dos capitalistas e gigolôs do sistema financeiro. Que tragédia! É
exatamente o contrário do que deveria ser feito no Brasil, nas reduções de
juros, nas auditorias das dívidas públicas, numa lógica dos recursos públicos
para financiar os interesses do povo. Mas se Belo Horizonte não aumentou o grau
de endividamento agora de uma maneira paralela, criando uma empresa paralela e
os temas relativos ao endividamento do Município passando à revelia na Câmara
de Vereadores. Não sei se somente eu que ouviu essa afirmação, mas vejam a
gravidade do que foi feito nessa Cidade. Se os Vereadores e as Vereadoras não
assistem, neste momento, que é uma lógica de descontrole social, uma lógica de
isenções milionárias, uma lógica do financiamento privado com recursos públicos
tem levado a uma situação extremamente perigosa. Aqui, no Estado do Rio Grande
do Sul, com um grau de endividamento, é verdade, entre Estado e União, a partir
dos contratos entre Britto e Fernando Henrique, que os servidores tiveram até
que pegar empréstimos para o 13º salário e, em princípio, o Governo sequer vai
pagar os juros para o Banrisul. No Rio de Janeiro, a mesma coisa, em outras
Cidades, essa realidade está cada vez mais perversa. Isso aqui é mais um passo
para aumentar o endividamento de Porto Alegre, isso aqui é mais um passo para acabar
com o controle social no Município de Porto Alegre, isso aqui é uma forma de
comprometer o Fundo de Participação dos Municípios para ser uma forma de
capitalismo sem riscos para os especuladores do sistema financeiro. O Ver.
Prof. Alex trouxe aqui as dívidas dos fundos de pensão, trouxe aqui o fundo de
pensão da Varig, que os trabalhadores estão até hoje sem receber o dinheiro da
Aerus, Ver. Prof. Alex. E a lógica disso aqui é a mesma. É pior, Ver. Kevin, eu
lhe falei ali embaixo. Isso aqui consegue ser pior que os fundos de pensão,
porque os fundos de pensão ainda têm limite percentual relativo ao que pode ser
investido em ações de renda variável e ações de renda fixa, pelo grau de risco.
Esse projeto aqui não tem nada, nada de controle do que a Prefeitura possa
investir. Obviamente, nós vamos votar a favor da emenda dos Vereadores que
buscam dar o mínimo de controle social num projeto que é um escândalo e que,
independente das emendas, terá o nosso voto contrário. Obviamente, ampliar esse
controle e não deixar só os acionistas controlando o galinheiro, ou seja, a
raposa controlando o galinheiro é importante. Nós vamos votar a favor...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 026/15, pela
oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Eu estava pesquisando esse assunto, e realmente é muito interessante. Eu
estava pesquisando, sei que outros colegas preocupados com o assunto também
estão, da base do Governo, estão realmente preocupadíssimos e estudando o
assunto, Vereador... (Problemas técnicos no som.) Ainda
não é a empresa de investimento que controla o microfone da Câmara; senão, poderia
ter acabado o dinheiro!
Eu estava, então,
Ver. Mauro, pesquisando experiências internacionais de fundo de gestão de
ativos por parte de poderes públicos e encontrei uma experiência bastante
conhecida de todos, as consequências, a do Governo Menem, na Argentina. O
Presidente Menem criou uma empresa de gestão de ativos e repassou todos os
ativos da Argentina para essa empresa, inclusive o avião presidencial, e,
quando quebrou, quebrou tudo. Essa é a experiência mais conhecida de gestão de
ativos da América do Sul, eu sei que todos já ouviram, mas de nada adianta.
E realmente estamos aqui hoje criando o “banco central autônomo” da cidade de Porto Alegre. Essa é uma discussão famosa já, não é? Deixar aos técnicos, porque a política não tem mais que se meter em assuntos econômicos; vamos tornar autônomo o Banco Central. Pois hoje os senhores estão conseguindo o que não conseguiram em nível nacional até hoje: os senhores estão tornando a Fazenda do Município autônoma. Eu tenho que os cumprimentar, porque estão fazendo isso na cidade do Fórum Social Mundial. Aliás, o gestor do Fundo de Belo Horizonte, que é um dos criadores do famoso Instituto Milênio, está condenado pelo TCU, assim como a cidade de Recife também está condenada pelo TCU, assim como o Distrito Federal também está condenado pelo TCU, pelas mesmas razões que esses fundos têm feito. Mas nada adianta.
Então acho que é uma
conversa importante, mas eu não ouvi aqui ainda, Ver. Cecchim e Ver. Kevin, por
que não pode haver um Conselho com dois membros da Sociedade Riograndense de
Economistas. Podem até ser liberais, eu só quero que eles acompanhem as contas!
Nem sei quem são, provavelmente não são da minha linha de pensamento. Eu só
quero que duas pessoas que entendam do assunto – nós pensamos na Sociedade de
Economia, mas pode ser qualquer outra associação – acompanhem o quotidiano, sem
nenhum poder. Ali na nossa emenda, infelizmente, não tem nenhum poder expresso.
É só para acompanhar a gestão dessa empresa. Por que não pode? Se tivessem me
explicado, eu juro que não teria subido aqui. No que isso prejudica a avaliação
dos ativos da Prefeitura? Em nada. Então, realmente, está na hora de a gente
fechar a Câmara, fechar a Prefeitura e ir para a bolsa de valores, é lá que
vamos ter que discutir, comprar aqui, comprar lá. Aliás, eu quero ver, ninguém
me explicou, como Porto Alegre vai fazer, com qual dinheiro Porto Alegre vai
fazer a sua avaliação de risco, que tem que ser feita aqui; como Porto Alegre,
num Estado quebrado, que não paga salários, que deve para fornecedores locais,
vai conseguir ser avaliada por uma agencia de risco neste momento de crise do
País. A nota de Porto Alegre vai estar lá no calcanhar de qualquer agencia de
risco, nós vamos passar vergonha e ter que pagar 25% de juros nesse debênture.
Belo Horizonte já emitiu R$ 230 milhões, imagina se a gente emitir R$ 150
milhões a 20% de juros, que é o valor mínimo, a Prefeitura vai ter que
remunerar esses debêntures para alguém querer. A taxa Selic está em 14,5; o
dólar está em 13; qualquer fundo de investimento está em 12, e nós vamos ter
que pagar 20, é o que o mercado diz. Mas não adianta, parece que a discussão
realmente não é necessária, não estamos tratando de algo importante, só do
futuro da Cidade!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum,
solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há quórum.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Clàudio Janta, a Emenda nº 01 ao PLE nº 026/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 07 votos SIM, 19 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda
nº 02, destacada, ao PLE nº 026/15. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está
com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº
026/15.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: É uma Emenda, e eu aproveito e já digo qual é a
emenda, que diz que só entra, mexendo ali, Ver. Comassetto – é uma emenda dos
Vereadores Engº Comassetto e Marcelo Sgarbossa –, no artigo que coloca os
imóveis municipais como parte daquilo que pode financiar este escândalo,
chamado Investe Poa. E vocês tiram dali os imóveis que não podem ser destinados
à habitação social. Então, é uma emenda que tenta resguardar o mínimo, que
propriedades que possam destinadas à habitação popular, à habitação social não
possam ser objeto de entrada no sistema financeiro, de entrada dos ativos desta
empresa, Investe Poa.
Eu pensava, Ver. Prof. Alex, enquanto nós
conversávamos, sobre alguns conceitos que eu acho importante, porque eu tenho a
impressão de que, se eu perguntar o que são debêntures para muitos que estão
aqui, não vão saber me responder, não vão saber do que nós estamos falando. E a
culpa não é nossa, do PSOL e nem da oposição; é do Governo, que manda um
projeto extremamente temerário, extremamente escandaloso, um projeto de uma
concepção de Prefeitura como um banco, ao contrário e alheio ao controle social
e, ao mesmo tempo, vota aos 45 minutos do segundo tempo, na calada da noite do
dia 21 de dezembro.
Mas, enfim, quando nós falamos da financeirização
do capital, tem a ver com um movimento iniciado no mundo de transformar todos
os ativos em ativos financeiros, ou seja, priorizar uma lógica da venda de
ações para que esse momento da valorização da Bolsa, da circulação das ações
fosse preponderante, inclusive, à acumulação, muitas vezes, nas empresas
produtivas, o que fez acelerar uma lógica de maximização dos lucros à revelia,
muitas vezes, da possibilidade da construção material das riquezas da
sociedade, muito embora esses lucros estejam em mãos privadas. E por isso que a
gente vê uma série de legislações regulamentando e flexibilizando a
possibilidade da circulação desses capitais no mundo inteiro. Muitos, inclusive
fundos de pensão, foram usados como forma de utilizar uma massa de recursos
compulsoriamente guardada ao longo doa anos e especular esse verdadeiro
cassino, que são as bolsas de valores. E, a partir dessa desregulamentação,
dessa mundialização, dessa circulação cada vez maior de capitais, a remuneração
passou a ser feita de várias maneiras, sobretudo vários tipos de fundos para
maximizar esses lucros. Não é à toa que a crise nos Estados Unidos começou,
porque existia um fundo de alto risco chamado subprime, que dava empréstimos para aquisição de casas, empréstimos
sem o lastro material, e as pessoas, em determinado momento, não conseguiram
pagar. Por consequência, isso se transformou numa bolha, esses empréstimos
foram contaminando um sistema financeiro apodrecido e, ao mesmo tempo,
alimentado por uma série de derivativos. E as debêntures são parte dessa
lógica, desse arcabouço construído com a lógica de transformar tudo que é ativo
em ativo financeiro, sem lastro e, ao mesmo tempo, sem controle social. E aí
nós temos riscos ao Erário Municipal envolvendo a forma de sociedade construída
pelos fóruns e pelo material do pessoal da auditoria da dívida cidadã,
colocando que operação de emissão de debêntures, de ativos municipais, trata-se
de uma operação de elevadíssimo risco. E eu peço atenção aos Vereadores, porque
vocês estão votando nisso! Não se sabe ao certo que securitizadora normal
aplicaria nesses títulos. “Na percepção dos investidores, existe o risco do
crédito do emissor. No caso dos títulos municipais, o risco da Prefeitura ou do
contribuinte não pagar, mesmo que se criem parâmetros limites para essas
emissões. A percepção dos investidores de mercado de capitais atualmente é de
que títulos de dívidas municipais são considerados micos. [micos!] Essa, sem
dúvida, não é uma operação de curso normal e de interesse...”. E aí vai falando
dos riscos envolvendo esse tipo de operação, sem contar que o Tribunal de
Contas da União já condenou vários casos de construção de empresas que querem
emitir esses títulos aos moldes que vocês estão querendo empurrar ao Município
de Porto Alegre. Então essa situação é extremamente complexa. E eu poderia
discordar de muitos que viessem aqui debater, mas debatam... E me parece que o
debate não só não é realizado porque as pessoas estão cansadas, e são 21h, mas
porque falta competência para defender este projeto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 026/15, como autor.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Prezado Presidente, os ativos financeiros propostos pela empresa que
está colocando em risco o Prefeito Fortunati e o Vice-Prefeito, a Investe Porto
Alegre, conforme está sendo proposta, no seu art. 4º, § 2º, diz que podem ser
imóveis da propriedade de Porto Alegre, são todos imóveis. Eu pergunto à base
do Governo: o Mercado Público está nessa? A Usina do Gasômetro está nessa? O
Teatro Araújo Vianna está nessa? No projeto consta que poderá ser transformado
em ativos financeiros.
(Aparte antirregimental.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Bem, mas esse aí eu deixo por conta e pela consciência da base do
Governo.
Agora a emenda que nós propusemos... Ver. Goulart,
que foi Diretor do DEMHAB e que veio muito a esta Casa reclamar da falta de
terra pública para fazer os projetos, por que destinar todas as terras
públicas, os imóveis que são tecnicamente aproveitados para o atendimento da
demanda habitacional de interesse social, votada por esta Casa, que está no
Plano Diretor, e está no Programa Minha Casa, Minha Vida, votado nesta Casa,
mas não executado? Nós estamos propondo aqui que esses imóveis sejam retirados
desse balaio sem fundo apresentado para a constituir fundo. Eu pergunto:
quantos imóveis são da cidade de Porto Alegre? Quantos e quais? O silêncio
parece uma eternidade neste plenário, olhando para a base do Governo, que não
quer discutir e não quer responder. Quantos, Ver. Idenir Cecchim, e quais os
imóveis? Por que transformar isso em dívida para o Município se eles podem ser
destinados? Há um imóvel para vender, num projeto de lei que foi retirado, que
é lá na Rua Dea Coufal, 3 mil metros quadrados por R$ 560 mil. Foi retirado
porque questionamos a avaliação, e o Líder, com a perspicácia, retirou o
projeto. Aquele imóvel lá não pode ser destinado para habitação de interesse
social? Dá para construir em torno de 40 apartamentos. Ali perto, Delegado
Cleiton, na audiência pública que o senhor construiu na CUTHAB com os moradores
do arroio Capivara, que estão caindo dentro do arroio e que o Município ficou
de reassentá-los, pode ser ali, esse terreno fica a menos de 500 metros do
Arroio Capivara. Por que não ser destinado a isso e ser destinado, agora, ao
fundo de especulação financeira que o Município está criando? Bom, então, a
Emenda que nós estamos propondo aqui é singela, é simples, mas tem um objetivo
social e um objetivo de estruturar a cidade de Porto Alegre para responder
àquele compromisso que ele já assumiu quando votou o projeto Minha Casa, Minha
Vida, mas que nunca realizou, que é destinar as áreas públicas municipais com
qualidade e capacidade para habitação de interesse social.
Esta Emenda que está colocada aqui, entre outros,
diz que fica o Executivo Municipal autorizado a subscrever e integralizar o
capital da Investe Poa em moeda corrente nacional com os seguintes bens e
direitos: imóveis de sua propriedade. Imóveis de sua propriedade! São todos os
imóveis; a sede da Carris inclusive, essa que estão falindo, que já terminou,
ano passado, com R$ 40 milhões no vermelho e que vai terminar, este ano, com R$
80 milhões no vermelho. A Procempa, é sede pública municipal, poderá ser
colocada aqui na venda desses imóveis. Então, peço a todos que analisem com
carinho, votem e assumam a responsabilidade pública por entregarem o patrimônio
desta maneira. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 026/15.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Provocado que fui, primeiro, porque acho que até o final da noite o Ver.
Comassetto vai dizer quem é que está se comportando mal na Carris; roubando,
foi o verbo que ele mencionou; preciso que ele diga, há vários dirigentes da
Carris, de vários Partidos, que mandam, então, temos que dar nome aos bois.
Segundo, eu quero dizer que os terrenos que a Prefeitura tem, com a cobertura
de invasão que o Ver. Comassetto dá...
(Aparte antirregimental.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: É surpresa para todos. Agora, esses realmente não vão poder ser dados em
garantia porque ninguém quer, foram desvalorizados. Tem outra coisa, Ver. Kevin
Krieger, eu comecei a escutar, principalmente os Vereadores do PT, a Ver.ª
Fernanda Melchionna até me surpreendeu favoravelmente ao falar em subprime, parabéns, V. Exa. estudou bem
o capitalismo, de uma forma inteligente, mas eu quero falar sobre os fundo que
o PT entende. O fundo dos funcionários dos Correios quebrou, por quê? Porque compraram
ações da PDVSA da Venezuela. O fundo
dos funcionários do Banco do Brasil quebrou, por quê? Deram todo o dinheiro
para o Eike Batista. O fundo dos funcionários da Petrobras quebrou, por quê?
Por favor, vocês falem, porque fica chato eu sempre dizer as coisas que vocês
sabem. Agora tem mais: com a Vale do Rio Doce, que responde por esse grande
crime ambiental, sabem o que o PT fez? Ela havia sido privatizada e o PT
estatizou para pode colocar o Diretor-Presidente deles. O que aconteceu com a
Vale? Está quase quebrada! O conselho que o Ver. Kopittke quer que se instale
nessa empresa... E eles entendem de conselho! Tem o tal conselho de devedores,
o “Scarface” [Carf], no qual estão todas as grandes empresas que não pagam
envolvidas, é um conselho, para que serve? Para que Ver. Clàudio Janta? Para a
Zelotes, todo mundo sabe! Podemos dar o nome que quisermos aqui, mas todo mundo
sabe, e o PT também sabe! Pela experiência, o PT tem experiência! E quero dizer
que os Vereadores daqui não têm nada a ver com isso, quero deixar claro que não
é pessoal, que os Vereadores daqui são pessoas sérias, mas o global, o
PT como um todo, a filosofia, esta filosofia afundou as empresas, os conselhos,
os fundos e a vergonha na cara. Afundaram tudo. E, quando alguém aqui fala que
vai o Prefeito para a cadeia e o Vice-Prefeito para a cadeia, e o Secretário
vai botá-los na cadeia, falam com conhecimento de causa, porque todos os
tesoureiros do PT foram para a cadeia. Todos! E os caras que administravam lá
também foram. Então, eu quero dizer para vocês que esta noite os Vereadores do
PT não estão falando asneiras; estão falando com conhecimento de causa. E isso
nós temos que respeitar. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 026/15.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu estava muito
esperançosa de que o Ver. Cecchim vinha aqui nos dar um pouco de luz sobre o
projeto, vinha debater o projeto, Ver.ª Lourdes. Mas ele me vem com a Vale, e
eu vou ter que perguntar a ele quem vendeu a Vale. Ele me vem aqui com quem deu
a licença para esse desastre ambiental que ocorreu. Quem deu a licença para a
Samarco? Novamente o PSDB, Aécio Neves. Então, Ver. Cecchim, eu pensei que o
senhor vinha aqui discutir o projeto. Me enganei. Confesso que me enganei.
Eu vim aqui discutir a emenda e, mais uma vez,
quero perguntar para quem que nós estamos falando. Quem nos responde os questionamentos
que estamos trazendo aqui nesta tribuna, o debate das emendas na busca de
compreender melhor este projeto? Qual o papel desta Casa? Qual o papel de todos
nós, Vereadores? Reitero o pedido de posição em relação às emendas à base de
sustentação do Governo. A gente não está conseguindo respostas, não está
conseguindo uma discussão, não está conseguindo ver a defesa deste projeto por
parte dos colegas da base do Governo. E isso tem que ser dito a essa altura dos
acontecimentos, depois de doze horas de debate nesta Casa. E vamos ficar quanto
tempo necessário for. Porque é disso que se trata.
Há investimentos históricos, inclusive de gestões
anteriores, e desta também, vejam quanto veio de dinheiro para a Copa! Nunca o
Governo Federal investiu tanto aqui nesta Cidade para construir patrimônio,
porque tudo é patrimônio desta Cidade. Eu quero saber o que vai ser feito com
esse patrimônio público que vem do dinheiro dos impostos que a população paga.
Então, essa emenda do Ver. Engº Comassetto está
dialogando diretamente com questões estratégicas para nós: a questão da
moradia, a questão da reforma urbana, a questão de habitações populares. Aí o
Ver. Idenir Cecchim vem aqui, mais uma vez, falar em invasão – o termo que o
Ver. Idenir Cecchim usa é este. Nós não podemos abrir mão de cumprir o nosso
papel em algo que é uma incógnita. O Ver. Clàudio Janta veio aqui também e
falou isso: é uma incógnita. Levantou alguns aspectos que eu também acho
importantes e também concordo. É uma aposta do Governo se vai dar certo ou se
vai dar errado, Janta. De toda maneira, certo ou errado, quem ganha é o setor
privado, quem ganha é o setor do lucro. E a sociedade com falta de outras
políticas públicas, e a principal delas é a questão da habitação, de que trata
esta emenda, a qual o Ver. Comassetto não apresenta por diletantismo, apresenta
porque nós atuamos na luta pela reforma urbana nesta Casa, apresenta porque é
da Federação Nacional dos Vereadores pela Reforma Urbana, porque é do Conselho
Nacional das Cidades, assim como eu sou do Conselho Estadual das Cidades. E a
cidade de Porto Alegre tem um déficit enorme. Não aprovar esta emenda
pressuposto está que o Governo terá uma ação liberal. É disso que se trata,
porque está entregando ao lucro privado, numa cidade que tem um enorme déficit
habitacional e de moradia, várias desapropriações e ocupações urbanas. Haja
vista as várias desapropriações que estão ocorrendo, que o povo está todo dia
aqui e está na CUTHAB, está aqui nos nossos gabinetes. Nós temos que dialogar
inclusive com a própria Prefeitura, em articulações com o Vice-Prefeito no
sentido de evitar as desapropriações nas ocupações urbanas, porque o povo não
ocupa por diletantismo, ocupa porque não tem política pública que cubra todo o
déficit habitacional. E eu quero saber, portanto, nesses prédios de natureza
social... A sua emenda, Vereador, nada mais é do que nós cumprirmos o Estatuto
das Cidades, da função social da propriedade e da terra, que vai ser entregue
ao setor privado para gerenciar. Com tantos e tantos prédios, inclusive das
gestões públicas, do Governo do Município e do Estado, que poderiam estar sendo
motivo de políticas públicas de habitação popular. Então eu gostaria também de
ver a votação dessa emenda e que se discutisse a fundo, porque este projeto envolve
todas as políticas públicas, para onde vai o dinheiro público, se é para
políticas públicas ou se a entrega...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 026/15.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Um colega me pediu para responder à altura ao Ver. Idenir Cecchim, mas
como é muito baixa a altura, eu não vou ficar nesse nível do debate, porque os
senhores são testemunhas, eu falei nove vezes, até agora na tribuna, desde que
nós iniciamos o debate. Todas as minhas falas foram de conteúdo sobre o projeto
que nós estamos discutindo. Eu acho que é muito sério, Ver. Cecchim, e eu o trato
sempre com muito respeito, como qualquer Vereador desta Casa, parlamentar. Este
projeto é muito sério para a gente ficar fazendo proselitismo aqui e ficar
fazendo piada, como o senhor gosta. Aliás, o que lhe causa sempre prazer, a mim
causa vergonha, é que realmente alguns do PT erraram e erraram porque imitaram
os do PMDB. Essa é realmente o erro que muitos cometeram. Mas, voltando ao
debate de certo nível, porque acho que a nossa Cidade merece, porque ela tem
inteligência. Todos os setores, inclusive a direita em Porto Alegre. O Ver.
Guilherme Socias Villela fez uma fala de conteúdo, não precisa se rebaixar
aqui, porque leu o projeto, porque estudou. Tem gente que não lê o projeto e
tem que vir aqui ficar enrolando. Mas, voltando ao debate de conteúdo, essa
discussão de coisas erradas que acontecem com os fundos nacionais, o raciocínio
é muito simples do colega: nós queremos fazer aqui também. Se fazem essas
coisas erradas lá em cima, nós também, o PMDB, queremos fazer aqui em Porto
Alegre. Queremos ter o nosso fundo local também, não só os do Temer, os do
Cunha, os do Renan, os do Baiano, nós queremos ter o fundo, na véspera da
gestão, articulado com o setor financeiro. Parece aquela história dos CCs da
Prefeitura. Vinham aqui e pauleavam o PT, porque tinha CC demais. Chegaram na
Prefeitura, dobraram o número de CCS. Hoje tem mil! Agora querem ter um fundo
para eles próprios, para poderem fazer o que quiserem.
O Ver. Ferronato saiu, ele entende da matéria
tributária, mas existe um princípio, Ver.ª Lourdes, que, se não me engano,
também é contadora...
(Aparte antirregimental da Ver.ª Lourdes Sprenger.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Auditora, perdão; um princípio da não afetação de receitas, acho que é
um princípio primário do direito tributário. E o projeto que está sendo votado
compromete. O FPM é responsável – peço que me corrijam depois – por mais de 35%
da receita do Município.
(Aparte antirregimental.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Menos? Menos, que seja. E os senhores estão colocando esse fundo como
garantia para emissão de debêntures, estão afetando receita futura, o que é
inconstitucional.
Então, voltando ao debate para o mérito, se é que
alguém aqui realmente está interessado, sei que vários colegas estão, mesmo
que, por relações de acordos, não possam aqui se manifestar, eu sei que sabem
que nós estamos trazendo argumentos de conteúdo, jurídicos, sérios, porque o
que nós estamos fazendo esta noite não é brincadeira, não é subir em palanque
político e dar discurso para a nossa base. O que nós estamos fazendo esta noite
é comprometendo todo o recurso e o patrimônio da Prefeitura de Porto Alegre,
todo! Todo, numa canetada só. Realmente, acho que alguns têm que vir aqui fazer
malabarismo e bancar uma de palhaço, porque não tem nenhum conteúdo para
debater e justificar à sociedade o que estão fazendo. Espero que tenham para a
sua consciência, mas isso cabe a cada um. Nem todos, hoje em dia, têm
consciência crítica para se preocupar com o que votam.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A
Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
02, destacada, ao PLE nº 026/15, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Bem, esta emenda do Ver. Comassetto é
uma emenda de amortização, de diminuição de riscos. E eu quero parabenizar o
Ver. Comassetto e o Ver. Kopittke, que se dedicaram, desde a manhã, a analisar
o projeto e propor medidas a torná-lo mais transparente e controlável à
intenção do Governo de criar uma empresa para investir e especular com o
patrimônio da Prefeitura de Porto Alegre. O debate está sendo transmitido ao
vivo, então eu vou ajudar os telespectadores a acompanharem o debate que está
acontecendo aqui hoje nesta Casa. Não vimos ninguém do Governo vir aqui
explicar as vantagens, o quanto a Prefeitura pretende obter, onde ela pretende
investir, qual a segurança que a Prefeitura tem para apostar no mercado
financeiro os nossos ativos, o nosso patrimônio. E não perguntou, ou
perguntará, à população de Porto Alegre – e já rejeitaram a sua emenda, Ver.
Kopittke, para um conselho com cidadãos – se ela quer correr esses riscos, se
quer investir.
Quando o Vereador vem aqui e descarrega todo o seu verbo e o seu ódio ao Partido dos Trabalhadores, com uma absoluta falta de autocrítica e de visão histórica – foi o Ver. Cecchim e não o Ver. Janta, desta vez –, ele, na verdade, deixa de sustentar e explicar à população de Porto Alegre por que a Prefeitura quer fazer mais caixa, por que quer levantar recursos com o risco que tem e com a falta de sentido social para uma aplicação dessa ordem das nossas riquezas. Eu volto a perguntar aqui, e o Ver. Engº Comassetto insistiu nesta tecla e eu também... Porque não é falta de dinheiro para investir que tem Porto Alegre, não é. Peguem a reportagem do jornal Zero Hora que repassava treze obras da Copa. A incompetência para gastar recursos do Governo Federal é gravíssima e, de outro lado, a ligeireza e irresponsabilidade – eu vou usar esse termo – para abonar os mais altos salários também é gravíssima. Então o grave do que está acontecendo na cidade de Porto Alegre é que agora, no final do ano, a Prefeitura quer criar uma empresa, gastar dinheiro com isso, com novos cargos, que logo virão aí, porque não estão criando agora, mas, no início do ano que vem, para funcionar virá o gasto, como fizeram com os Procuradores. Querem criar uma empresa, senhoras e senhores que nos acompanham, sem informar que custo terá, colocando todo patrimônio, desde índice construtivo, terrenos, fundos da Prefeitura, na possibilidade de técnicos, supostamente técnicos, fazerem investimentos, e não dizem para quê. E o que nós temos visto é incapacidade de gastar dinheiro que o Governo Federal coloca às pampas aqui. A Av. Protásio Alves está na terceira reconstrução; exigiam que se subisse a lomba da Protásio com estacionamento de um lado e do outro lado o corredor do meio com bloquetos, ou seja, duas pistas viravam uma, senão tu subias ou batias o carro. É por isso, estão lá desmontando mais uma vez uma obra, ou seja, não tem fiscalização. Devia o Governo investir em funcionários públicos, em processos de fiscalização. Então não tem o que justifique levantar dinheiro da especulação imobiliária, financeira com próprios do Município, senão que o Governo tenha perdido as contas. Sabe-se que este ano criou mais CCs, só com os Procuradores R$ 11 milhões de impacto, mais cargos comissionados, mais secretarias, mais gastos com a estrutura-meio...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, a Emenda nº 02 ao PLE nº 026/15.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 08 votos SIM,
19 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Declaro nula a votação da Emenda nº 01, destacada,
ao PLE nº 026/15, porque este Presidente não votou. Coloco novamente em
votação.
Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a Emenda nº 01 ao PLE nº 026/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM, 19 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda
nº 03, destacada, ao PLE nº 026/15. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 026/15,
como autor.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Obrigado, Presidente, a emenda que eu trago aqui, junto com a Ver.ª
Jussara Cony, tem o seguinte conteúdo. (Lê.): “O art. 6º do PLE nº 026/15 passa
a vigorar com a seguinte redação: A Investe Poa será administrada pelo Conselho
de Administração, composto por pelo menos 03 (três) membros indicados pelo
Poder Executivo Municipal, nos termos do estatuto social, e por ele
destituíveis a qualquer tempo.”
O que tem nesta
emenda que não tem no projeto? Qual a diferença? Pelo projeto, os três senhores
ou senhoras que vão dirigir todos os ativos do Município serão indicados numa
assembleia de acionistas, onde o Município pode, porventura, não ter
maioria. O projeto, efetivamente, traz mecanismos para que o Município
conquiste a maioria, que eu já vou ler aqui para os colegas, mas não garante
que, no momento da assembleia, o Município... Está aqui no § 6º do art. 4º
(Lê.): “O Município poderá, em qualquer tempo, subscrever aumentos de capital
assegurando a maioria do capital votante.” Ele pode fazer isto, subscrever
aumento de capital. Mas e se chega uma assembleia de acionistas, e o Município
não tem maioria e são indicados para gerir o orçamento dos ativos do Município
três senhores ou senhoras sem nenhuma relação com a Cidade, indicados pelos
fundos? Eles conseguiram criar isso, é uma obra de arte. Eles conseguiram. É
como se nós estivéssemos não só criando uma Prefeitura que não vai ser eleita,
como terceirizando essa Prefeitura para gestores que nós não vamos saber quem
são. Nós estamos aqui, através dessa emenda, determinando que os três gestores
do fundo sejam indicados pela Prefeitura. Eu não sei se é um absurdo a
proposta. Mas me parece o mínimo razoável. E mais: que a própria Prefeitura
possa destituir esses gestores, porque, no projeto, a Prefeitura não pode
destituir os gestores do fundo municipal que gera os ativos da nossa Cidade.
Não há como entregar mais. Antigamente existia a expressão “entreguismo”. Não
há como entregar mais; é uma discussão, Ver.ª Mônica, para a qual os
nacionalistas, tirando os bons embates que fazemos, um dia já deram atenção,
para que a gestão pública não fosse entregue para agiotas do mercado
financeiro. Mas parece que isso ficou para o passado! Parece que o
nacionalismo, hoje em dia, está na moda só em outros momentos. Então acho que é
um assunto bastante importante, Ver. Comassetto, que os diretores desse fundo
que está sendo criado e que vai poder subscrever, como o senhor muito bem
disse, o Mercado Público, o Araújo Vianna. Essas pessoas que me parecem que vão
ter alguma responsabilidade que sejam indicados pela Prefeitura; mas não, até isso
os senhores estão abrindo mão, até isso cada um dos senhores hoje vai abrir
mão, que a Prefeitura não indique, não possa demitir os gestores do fundo de
ativos do Município. É uma obra liberal absoluta. O Fukuyama ficaria com inveja
do que estamos aprovando nesta noite. Ou o Hayek, que era um pouco mais
radical. Então, peço a atenção dos colegas, se pudermos discutir, pelo menos, a
indicação de quem vai gerir esse fundo, eu acho que a Prefeitura deveria poder
indicar...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revidado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 026/15.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu vou começar por onde o Ver. Alberto concluiu. As
teorias do Hayek, em 1944 e depois, na década de 1970, iniciaram a
implementação nessa lógica de financialização de todos os ativos financeiros,
mas esta lógica levou – baseado em cinco argumentos centrais – à desregulamentação
de todos os mercados, às privatizações, à lógica de transformar todos os ativos
em ativos financeiros, como eu já expliquei, à teoria do estado mínimo e a uma
lógica obviamente de tirar a regulação de todas as formas dessas negociatas
financeiras internacionais. Eu não vou entrar na história da América Latina,
dos primeiros países que implementaram essas políticas neoliberais ao extremo,
vou exemplificar onde essas teorias levaram o mundo da atualidade. Eu já falei
aqui na crise dos Estados Unidos, geradas justamente por essa lógica de
desregulamentação, que, depois que contaminou todo o mercado financeiro,
baseado nesse tipo de títulos de alto risco, sem nenhum lastro material, muitos
deles em derivativos, debêntures, etc., contaminou os bancos, que, obviamente,
faziam as suas maquiagens para seguir mantendo as aparências, tiveram injeção
de muitos bilhões de dólares por parte dos governos estadunidenses. Nem isso
levou a minimizar o impacto brutal; é o contrário, é errado, porque os bancos
faliram com o sistema e foram socorridos com dinheiro público, enquanto pessoas
foram morar na rua, nos Estados Unidos. Gerou um aumento das populações que
perderam as casas, e ao mesmo tempo, se gerou um outro mercado, daqueles que
pegavam essas casas abandonadas pelas pessoas que contraíram o subprime e não conseguiram pagar e
começavam a vender a preço de banana aquelas casas que geraram o endividamento
de milhões de famílias americanas, um aumento do desemprego brutal.
Nós vimos recentemente na Europa, por exemplo, que
quase 50% dos jovens, na Espanha, hoje estão desempregados: jovens com
doutorado, jovens com mestrado, jovens que perderam as perspectivas de entrada
no mercado de trabalho diante das consequências dessa crise. Nós vimos a
diminuição dos repasses em todas as áreas sociais; na Grécia até as viaturas
chegaram a ser privatizadas. Olha o tamanho da catástrofe a que foi levada essa
lógica, de facilitação, de desregulamentação e de inclusão dos governos numa
lógica de capitalismos sem riscos para alguns e ao mesmo tempo, muitos riscos
para a maioria do povo, porque aqui nós estamos falando de dinheiro público.
E eu quero concluir, falando que essa crise que
teve repercussões mundiais, obviamente, porque, na medida em que atingiu os
países centrais do capitalismo, se espalhou por outros países, também na medida
que forçou as populações a uma perda das condições de vida de forma brutal,
também forçou o povo a buscar novas iniciativas. Fukuyama, em 1989 falava no
fim da história. Felizmente, não foi isso que nós vimos. Nós vimos o povo
resistindo no Norte da África e no Oriente Médio, derrubando ditaduras de
décadas a partir da luta, para que a crise econômica não caísse no seu bolso;
nós vimos, na Grécia, um governo de um partido de esquerda chamado Syriza, com
todas as contradições que tem esse processo e das imposições dos memorandos da troyka; nós vimos ontem, nas eleições da
Espanha, que o partido Podemos, que é um partido também de esquerda e vinculado
com os movimentos populares da Espanha que já governa Madri, que já governa
Barcelona a partir da mobilização da população enfrentando as máquinas
eleitorais, enfrentando essa lógica financeira, também saiu como grande
vitorioso da eleição, rompendo um circulo de bipartidarismo.
Portanto, eu quero concordar com o Ver. Alberto
Kopittke quanto ao Hayek, que é essa a teoria do Hayek, mas quero discordar do
Fukuyama, porque eu acredito na luta organizada do povo, e hoje eles podem ser
maioria nessa Câmara. Eu tenho certeza de que são minorias sociais. Esperamos
que, no ano que vem, esse povo dê um recado à Prefeitura Fortunati/Melo e aos
Vereadores que votaram por isto aqui, uma lógica de sistema financeiro imposta
à Prefeitura Municipal.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 026/15.
A SRA. JUSSARA
CONY: Eu tenho a honra de ser coautora deste projeto, junto com o Ver.
Kopittke, então eu venho a esta tribuna, porque esta emenda é, no mínimo, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, para garantir que o Governo seja o gestor da
coisa pública – eu resumo assim esta emenda. É, no mínimo, isso que nós
queremos, inclusive para contribuir. Aliás, eu lembrei da votação unânime nesta
Casa, do Prometa, que era de autoria do atual Vice-Prefeito Melo, e que nós
desarquivamos, e que foi aprovado, que tratava da responsabilidade de um futuro
gestor, até em respeito aos seus eleitores e à democracia, já se iniciando no
seu projeto eleitoral, no projeto de gestão pública. Eu duvido – mas duvido
mesmo! – que uma candidatura vá apresentar, na campanha eleitoral, uma proposta
que pressuponha a entrega do patrimônio público. Eu faço esse desafio desta
tribuna, que pressuponha se quer a entrega do patrimônio público. É uma emenda
que fortalece a gestão do público em
detrimento do interesse privado, porque o interesse privado sempre visa ao
lucro. Ninguém aqui é ingênuo, nós vivemos em uma sociedade capitalista e em
crise, em uma das crises mais profundas do capitalismo, e aqui os interesses,
quando entra o setor privado, visam ao lucro, em detrimento da coisa pública,
em detrimento dos interesses da população. O teor da emenda, eu acho que já foi
muito bem situado aqui pelo Ver. Kopittke, a diferença entre o projeto e a nossa
emenda. E aqui eu faria novamente um apelo à base do Governo, se a base do
Governo não nos responde – eu não estou falando somente no Líder do Governo,
estou falando na base do Governo. Eu pensei, no momento anterior, que o Ver.
Cecchim – já falei isso aqui e vou repetir – viria aqui dar luzes sobre a
discussão deste projeto, o que seria o projeto. No entanto, ele desenterrou lá
atrás os autores de desgraças para o nosso País, com a venda da Vale do Rio
Doce, que foram o Fernando Henrique e uma outra pessoa responsáveis por essa
tragédia, porque foram os que deram a licença. E de licença ambiental eu
entendo, tive a honra de ser Secretária do Meio Ambiente e de montar, em dois
anos e meio, a estrutura na Secretaria de Meio Ambiente, a qual recebemos, Ver.ª
Sofia, completamente desestruturada para as licenças ambientais e a deixamos
com encaminhamentos nesse sentido.
Então, se a
base do Governo não nos responde, pelo menos gostaria de que votasse a favor
dessa emenda, porque fortalece a gestão pública, preserva o patrimônio, que não
é deste ou daquele governo. Quando nós votamos uma lei desse teor, nós estamos
votando uma lei de política de Estado, de coisa pública, e não deste ou daquele
governo. É patrimônio do povo que construiu esta Cidade, seja pelo seu
trabalho, seja pelos impostos que paga, seja com a sua arte, porque o nosso
patrimônio contém arte, pego como exemplo o Mercado Público. Se nós caminharmos
em Porto Alegre, em dias como sábado à tarde ou domingo, no Centro, é pura
arte, e isso é patrimônio! Os prédios históricos que temos são patrimônio, como
o Araújo Vianna, que infelizmente foi privatizado. Era patrimônio público,
deveria continuar sendo. Seja também pela sua participação em decisões, pelos
mecanismos de participação popular que esta Cidade construiu. Também faz parte
do patrimônio o desenvolvimento, a cultura, a dinâmica de uma cidade. E eu acho
que esse projeto está na contramão da dinâmica de uma cidade como Porto Alegre
de intenso processo de participação popular. Essa emenda, além de ter esses
envolvimentos todos, tem o mérito de garantir que a gestão pública seja feita
pelo gestor público e não através dos interesses do mercado.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Paulo Brum assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. IDENIR
CECCHIM (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo
falecimento do Sr. Luiz Carlos Amorim, grande carnavalesco de Porto Alegre; da
Sra. Selma Reis, que morreu aos 55 anos, uma cantora e atriz importante; e do
Sr. Kurt Masur, um dos maiores maestros do mundo.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Defiro o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 026/15.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, minha Líder,
Jussara Cony, estamos fazendo este debate aqui, no Parlamento, que é o local de
falar, de debater, e eu vou, agora, usar a tribuna para falar a mesma linguagem
que a base do Governo está usando aqui neste plenário.
(O Ver. Engº Comassetto mantém-se em silêncio, na
tribuna, com o processo do PLE nº 026/15 nas mãos.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Senhoras e senhores, esta é a postura com que a base do Governo tem
tratado um projeto dessa importância.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03,
destacada, ao PLE nº 026/15, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Se de um lado não há
sustentação, nós vamos insistir nisso, porque isso é idêntico ao debate
eleitoral quando um candidato não vai e a cadeira fica vazia do outro lado. A
base do Governo não está vindo aqui sustentar o projeto. Afinal, qual a
intencionalidade do projeto? Quanto querem arrecadar? O quanto a Prefeitura
está quebrada mesmo? Quantas medidas temerárias foram tomadas este ano pela
Prefeitura, através de projetos de lei que vieram para esta Casa e foram
aprovados pela base do Governo, contrariada a oposição, com o bravo combate da
oposição, desde o início do ano? Os valores estratosféricos para os agentes
fiscais, os valores, de novo, absurdos, para Procuradores. Quem é que recebe em
períodos como os nossos 40% de reajuste? Eu gostaria de saber como é possível o
Município achar, o Prefeito achar – e os Vereadores aqui votaram que é possível
– conceder 40% de reajuste, quando a Prefeitura parcela, e agora vai entrar em
janeiro, 1,9 da inflação para o conjunto dos municipários, que perderam no ano
passado.
Na verdade, este
projeto me parece algo desesperado, de um desgoverno, de um descontrole de
finanças, que é muito grave e que a Cidade desconhece. Se, de um lado, esta
deve ser a motivação que faz a base do Governo estar aqui em silêncio, como o
Ver. Comassetto demonstrou aqui na tribuna, do outro estão perfilados, no
mínimo 19 Vereadores e Vereadoras, até quase as 23h para aprovar um projeto que
não sustentam nesta tribuna. E não aceitam, Ver.ª Jussara, nenhuma emenda de
transparência, de participação, de controle social. E V. Exa. falou muito bem:
esta não é a cultura da cidade de Porto Alegre, esta não é, definitivamente, a
cultura da cidade de Porto Alegre, criar nababos, criar cargos com
supersalários, sem respeito ao limite ao salário do Prefeito, sem respeito à
Constituição. E é verdade, Ver. Kevin, uma emenda do Ver. Idenir Cecchim foi
rejeitada nesta Casa estabelecendo o teto para os funcionários municipais.
Então, tem uma irresponsabilidade com os recursos municipais, e, agora, fecham
com chave de ouro, criando uma empresa para especular em fundos, no sistema
financeiro, buscar mais recursos, buscar mais financiamentos e colocar como
garantia o patrimônio. Estão mexendo agora no patrimônio. Não é mais só a
questão orçamentária: é o patrimônio dos munícipes de Porto Alegre que está
entrando no financiamento deste desgoverno. É disso que se trata. Eu quero dizer
e afirmar que não dá para sustentar essa matriz salarial verticalizada, esse
número aumentado de CCs ano a ano, como aconteceu agora neste mês, a criação de
mais 12 cargos comissionados; de outro lado, tendo recursos – tendo recursos!
–, existindo recursos, 11, de 15 obras da Copa, seguem atrasadas. Onze! O
legado da Copa, e não por problemas do Governo Federal. A trincheira da Rua
Anita Garibaldi, atraso de dois anos e meio; o terminal ampliado do aeroporto
ficou para 2017; a linha do aeromóvel que liga ao Aeroporto Salgado Filho já
transportou dois milhões de pessoas, essa parece que está bem; o BRT Protásio
Alves, novo atraso, porque novo “desfazer e refazer” novamente; o BRT João
Pessoa é o mais defasado da Capital, o início foi em setembro de 2012; faltam
680 metros para a conclusão do BRT da Bento Gonçalves, que começou em março de
2012; a Voluntários depende de liberação de áreas, trecho 1 em andamento,
começou em agosto de 2012. E poderia falar dos R$ 35 milhões que o Governo
Federal...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 03 ao PLE nº 026/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 09 votos SIM, 18 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Farei uma Declaração de Voto, Sr. Presidente.
(Lê.): “As dúvidas e os equivocados argumentos suscitados pelo autor estão
amplamente respondidos pelos artigos 5º, 6º e 7º do projeto, os quais
transcrevemos na íntegra. ‘Art. 5º O Estatuto Social da sociedade, elaborado
nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e alterações, sem
prejuízo das disposições das demais normas de regência, será discutido, votado
e deliberado na Assembleia Geral de Constituição e aprovado por decreto. Art.
6º a INVESTE POA será administrada pelo Conselho de Administração, composto por
pelo menos 03 (três) membros indicados pela Assembleia Geral de Acionistas nos
termos do estatuto social e por ela destituíveis a qualquer tempo. Art. 7º O
Conselho de Administração elegerá os membros da Diretoria, nos termos do
estatuto social, dentre brasileiros natos com reputação ilibada e experiência
em assuntos compatíveis com a função. Assim, resta esclarecida nossa posição e,
mais do que ela, nosso silêncio, forma civilizada de suportar a catilinária
obstrucionista dos nossos colegas do PT”.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação
nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 04 ao PLE nº 026/15.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 21 votos SIM e 06 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº 026/15. O Ver. Idenir Cecchim está
com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº
026/15.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, olhando para o relógio, vejo que são quase 23h.
Houve muitas provocações para que a base do Governo falasse, mas eu quero
entrar por um campo um pouquinho diferente. Quero dizer a todos os meus colegas
Vereadores, da situação e da oposição, que foi muito bom ter convivido com
vocês durante este ano, e espero que no ano que vem todos estejamos aqui com
saúde. Quero dizer para a oposição, para a Bancada do PT, que, se às vezes a
gente passa um pouquinho, é tudo no sentido de discutir, de alertar e de
aprofundar. Mas o respeito a cada um, independente do tamanho que cada um se
ache, o respeito é igual. O respeito é igual com a situação e com a oposição.
Eu quero dizer sinceramente que este ano nós devemos agradecer e dar uma salva
de palmas – eu não posso pedir isso para a oposição, mas para a situação eu
posso – ao André e à Paulinha, comandados pelo Líder do Governo Ver. Kevin
Krieger, pela organização. Essa saudação eu queria fazer a vocês, publicamente,
antes de votar o projeto, porque o apoio, a organização e a disponibilidade que
vocês tiveram com cada Vereador...(Palmas.) E vejo que a disponibilidade também
foi com a oposição, mas a oposição não tem nenhuma obrigação de fazer nenhum
agradecimento, mas, como são educados, vejo a Ver.ª Sofia fazendo sinal
positivo, a Ver.ª Fernanda, praticamente todos os Vereadores desta Casa. Um
aplauso para a nossa Liderança e para quem fez muito bem durante todo o ano. À
Liderança da oposição também que cumpriu com o seu papel, fizeram revezamento. Eu acho que
cada um de nós cumpriu o seu papel. Está sendo um ano difícil, muitos
enfrentamentos, muitas vezes nós levantamos o tom aqui por culpa daqueles que
nos deviam dar bons exemplos e não dão. Mas tem uma pessoa que eu deixei para
falar por último que é o nosso Presidente, que nos conduziu durante o ano todo
e que valorizou muito o posto de Presidente desta Casa: Mauro Pinheiro. V. Exa.
conduziu com muita maestria a direção, os destinos, as votações, com muito
respeito, com dignidade, e pode ter certeza de que o respeito que sempre
tivemos por Vossa Excelência durante este ano cresceu muito. Queria
cumprimentar também o Vice-Presidente Paulo Brum, talvez o Presidente mais
rápido nas votações nesta Casa, muito rápido.
Então era esta mensagem para cada um, para cada
Líder, para cada Vereador, para cada pessoa desta Casa, para cada funcionário,
para todos. Vejam quantos funcionários estão aqui neste momento, nesta hora,
fazendo seu trabalho para que a nossa Câmara de Vereadores pudesse chegar no
dia de hoje com todos projetos necessários votados. Quero dizer a vocês
pessoalmente: Feliz Natal, Feliz Ano Novo, foi uma honra muito grande estar com
vocês durante este ano. E espero continuar pelo menos no próximo ano. E se o
povo e Deus quiser, mais alguns anos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Carlos Casartelli está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº 026/15.
O SR. CARLOS
CASARTELLI: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores, colegas
Vereadoras, eu vim aqui me manifestar primeiro para pedir a aprovação da emenda
que está em discussão, mas também para fazer algumas manifestações em relação a
todo o processo de hoje. Nós começamos o nosso trabalho, aqui, às 9h30min, e
estamos, praticamente, à meia-noite encerrando a votação deste projeto. Então,
foi um dia bastante cansativo para todos nós. A oposição usou todos os
mecanismos que são normais dentro do Parlamento, mas eu escutei aqui – estava
sentado à minha mesa –, várias vezes, que nós, Vereadores da base de Governo, não
queríamos a discussão. Então, para dizer que eu, particularmente, estou vindo
apenas agora aqui falar algo sobre o projeto, porque me pareceu que tantas
foram as tentativas de obstrução da votação que ficou bem claro, para mim, que
a bancada de oposição não queria a discussão do projeto. Se todos nós
quiséssemos a discussão do projeto, teríamos iniciado logo no início da tarde,
quando era possível que isso acontecesse, mas as obstruções se sucederam até
que nós iniciássemos a votação num horário bastante tardio. Então, parece-me
que a oposição também não queria a discussão do projeto.
Outra questão é que várias colocações aqui da
bancada de oposição também não precisavam ser respondidas, porque, se cada um
de nós tivesse lido a lei que rege as sociedades anônimas, teríamos as
explicações necessárias para vários dos artigos que estão no projeto de lei que
nós estamos, daqui um pouco, terminando a votação. Se tivessem feito a leitura
da lei sobre as sociedades anônimas, teríamos a resposta para vários questionamentos
que foram colocados.
Por último, um outro argumento que foi utilizado
várias vezes aqui, nesta tribuna, foi de que todos os bens imóveis da
Prefeitura seriam colocados no Investe Poa. Acontece que o capital social do
Investe Poa é de R$ 1 milhão. Portanto, eu acredito um, dois ou três imóveis da
Prefeitura de Porto Alegre sejam suficientes para colocar o R$ 1 milhão, que é
necessário no capital social. Então, não será necessário e não serão colocados
todos os bens da Prefeitura porque não haveria por que fazer isso, já que o
capital social é de apenas R$ 1 milhão – que, para a Prefeitura de Porto
Alegre, convenhamos, é um valor bastante pequeno.
Finalmente, queria dizer que é um prazer eu ter
voltado a esta Casa, nesta semana, onde estou, juntamente com vocês, encerrando
este ano Legislativo. Para mim, foi uma satisfação muito grande ter voltado e
encerrar o ano aqui. Estive aqui aproximadamente durante oito meses deste ano
Legislativo e estou conseguindo encerrar com todos vocês um ano que foi de bastante
trabalho, em que tanto a oposição – e o Ver. Cecchim já falou aqui e deixou
claro – cumpriu o seu papel, a base do Governo cumpriu o seu papel, tivemos
várias discussões durante o ano, muitas bastante calorosas, mas isso também faz
parte do Parlamento. Então, eu queria aproveitar para desejar a todos vocês um
Feliz Natal, um grande 2016 e que vocês continuem sendo os Parlamentares que
vocês foram, fazendo o crescimento do Parlamento de Porto Alegre, da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre. E que tenhamos um 2016, se Deus quiser, com uma
economia melhor, com a situação melhor, porque isso, ao fim e ao cabo, vai ser
importante para cada munícipe de Porto Alegre. Pela aprovação da emenda do Ver.
Kevin e pela aprovação do projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLE
nº 026/15.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
eu me surpreendi com o clima natalino aqui do Ver. Cecchim, e sei
que são sinceras várias das suas palavras e quero dizer a todos, e todos e
todas sabem que nós temos discussões muito duras, que não guardo mágoas e que
tenho uma relação muito amistosa com muitos e muitas. Então, para mim, este
plenário é o nosso lugar principal, é a arena onde nós trabalhamos com os
instrumentos que temos, com as convicções que temos. Prezo muito o plenário e
respeito muito todas as estratégias que aqui se apresentam. Acho que isso honra
a democracia e esse processo transparente, de crítica e de embate precisa nos
levar a aprimorar as leis, a fiscalização e o nosso funcionamento.
Eu quero concluir, uma vez que o tempo cortou a
minha fala, eu queria terminar falando da minha falta de confiança de que são
necessários mais recursos na Prefeitura de Porto Alegre nestas gestões. Porque
nós temos uma série de obras inacabadas, e eu não terminei de falar delas e
quero falar mais de algumas, mas mais no valor e num novo mecanismo. É bom que
a população de Porto Alegre saiba que, das 15 obras da Copa, a contrapartida
que a Prefeitura tinha que dar também está sendo financiada pelo Governo
Federal. Vejam que pacote de bondades que foi encaminhado a partir de 2011,
2012! A Prefeitura contratou, recebeu autorização e financiamento para 15 obras
e 11 ainda estão em andamento, até algumas estão paradas. E subiu muito o valor
dessas obras, as quais tiveram que ser renegociadas pela Prefeitura: eram 500
milhões e passou para quase um bilhão – o valor total das obras. Porque a
Prefeitura inicia com projetos básicos, doados
pelo sistema CIERGS, incompletos – o próprio Prefeito reconheceu isso em
entrevista numa rádio –, inacabados, inadequados. E o resultado disso é que não
podemos trabalhar de forma eficaz sem penalizar a cidade de Porto Alegre. Mas é
muito importante saber que essa diferença de valores foi suprida, Ver.
Kopittke, pelo Governo Federal, de R$ 500 milhões para quase R$ 1 bilhão,
inicialmente, e depois ao serem licitadas e começarem a acontecer na vida real.
E a contrapartida da Prefeitura também. O Governo Federal está financiando a
contrapartida da Prefeitura. E cá estão elas; a maioria ainda inacabada,
atravancando a Cidade.
Eu quis concluir, e
sugiro à população que acompanhe – com todas as críticas à grande mídia –, a
Zero Hora tem lá um quadro de acompanhamento de obras que é muito elucidativo e
importante para compreendermos que não adianta agora trabalhar com os nossos
ativos, com o nosso patrimônio, com especulação, fazer uma nova empresa onde
vamos ter mais custeio, se não melhorarmos a gestão na cidade de Porto Alegre,
se não investirmos no funcionalismo como todo. E é um equívoco quando o Governo
faz escolhas de alguma casta de funcionários ser bem paga – eu insisto nesse
tema – e o conjunto do funcionalismo se sentir desprestigiado, se sentir
desmotivado e se sentir agredido até pelas opções da gestão, que tira de muitos
e dá para poucos.
Nós entendemos que
esta arena, este plenário teve embates importantes e eles não terminaram. As
regras no Parlamento, no nosso Regimento, são regras nas quais estabelecemos e
dirimimos nossa diferença. E é nelas que vamos buscar, mas principalmente no
movimento social.
E este ano fecha com
uma grande vitória das mobilizações nas ruas. O Parlamento Federal terá que
colocar nos trilhos, fazer votações que não sejam secretas; impeachment não pode ser banalizado, tem
que ter razões sérias. Acho que essa foi a grande decisão: a Frente Brasil
Popular, os sindicatos, os movimentos que foram para a rua pediram mudança na
política econômica e pediram seriedade no Congresso Nacional. E levaram. Está
mudando a política econômica e o processo lá em cima vai ter que ser...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Presidente,
obrigado. Em seu nome, quero cumprimentar toda a Mesa; Luiz Afonso,
todos os funcionários desta Casa, que sempre nos trataram com muito carinho,
desde o nível lá embaixo, que recolhe o lixo, até o mais alto escalão da Casa.
Quero cumprimentar também todos os Vereadores e desejar um Feliz Natal e, no
ano de 2016, muita paz, muito amor, e que cada um busque seu sonho com
dignidade, sem pisar em ninguém, com vontade. Eu sou um Vereador que procura
mais ficar na cadeira ouvindo e aprendendo, e, nesta Casa, eu aprendi muito, e
quero aqui desejar a todos, à nossa querida Porto Alegre, que eu amo, um Feliz
Natal e um 2016 cheio de paz e amor!
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº 026/15, pela
oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, realmente acho que o espírito de Natal é algo
maravilhoso, e quero me somar aqui nos desejos de boas-festas a todos e a
todas, as suas famílias, funcionários, servidores dos gabinetes dos Vereadores,
que têm essa função tão bonita, falando aqui em nome da bancada do Partido dos
Trabalhadores, da Ver.ª Sofia, do Ver. Comassetto, do Ver. Sgarbossa, do Ver.
Mauro, e nós, que temos essa função tão bela de representação. Acho que nenhuma
função pode ter maior responsabilidade do que o mandato. Eu aprendi, Paulinho
Motorista, com o nosso Jacques Alfonsin, que a origem da palavra “mandato” é
“mãos dadas”. E cada um de nós aqui anda de mãos dadas com cinco, seis, sete,
oito mil pessoas. Cada vez que a gente acorda, a gente acorda de mãos dadas com
cinco ou seis mil pessoas, dez mil, 12 mil. E temos que honrar. E uma coisa que
eu vi nesta Casa – e não estou me despedindo da Casa; temos mais um ano – foi
como que aquela fala de que a política no Brasil só tem pessoas desinteressadas
da coisa púbica é mentirosa, porque, aqui no Parlamento do Município – darei
este testemunho para o resto da minha vida –, encontrei pessoas da maior
integridade, de todas as ideologias. Este é o papel da política, e cabe a nós
aqui enaltecer a política, a sua função pública. Essa é a tarefa que nós temos.
Realmente, foi um ano difícil. Indo um pouquinho para a política, Ver. Cecchim,
chegamos no final do ano mais longe de um golpe. O 14º golpe da história do
Brasil acho que vai ficar para o passado, junto com aquele de 61, que o Brizola
evitou, e, em 54, o Getúlio evitou disparando um tio no peito. Este ano nós
vamos acabar mais longe de um golpe. Já houve golpe de tudo que é jeito no
Brasil, inclusive pelo Presidente da Câmara em 64. Mas tem mais bilionário
preso no final deste ano do que no ano passado, e isso me deixa feliz. Não é
que o Brasil de 2014 para 2015 ficou mais corrupto, é porque de 2014 para 2015
tem mais bilionário na cadeia, e isso me deixa muito feliz, tem mais poderosos
de todos os partidos presos. O Brasil vai se transformando, todo o parto é
dolorido, e nós estamos vendo um parto. Então, isso me deixa feliz, me deixa
esperançoso para o próximo ano. Pena que o Fortunati e o Melo nos trouxeram
esse presente tão triste. Tão triste! Este ano tinha tudo para acabar tão bem
nesta Casa, mas vamos acabar dando um presente, botando todo o patrimônio do
Município. É verdade que começa com R$ 1 milhão, mas, Ver. Casartelli, em
Minas, Belo Horizonte, começou com R$ 1 milhão, e hoje já são R$ 240 milhões
emitidos em debêntures. Eu li a lei das SA, mas li também a Lei de
Responsabilidade Fiscal, o Código Tributário Nacional, a Constituição Federal,
que hoje foi totalmente ignorada. Eu me entristeço, não posso deixar também de
dizer que não queria encerrar o ano com um projeto tão pesado, Ver. Cecchim.
Acho que esta Casa merecia mais, merecia ter tido um pouco mais de respeito.
Este é o projeto que mais tira as nossas atribuições, possivelmente da história
da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Tira os poderes desta Casa. Então pelo
convívio, eu agradeço. Realmente o futuro que o País vive pode não ser tão bom
assim, porque aventuras como essa acho que vão aumentar cada vez mais, anulando
a política em vez de respeitá-la...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05,
destacada, ao PLE nº 026/15.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que alguns Vereadores já falaram, e o
Ver. Casartelli nos provocou aqui na questão da S.A. Eu acho que foi dito aqui
que os Vereadores realmente tinham que ler o projeto. Ou o projeto é uma S.A.,
ou ele é o que está aí, um Frankenstein! Eu perguntei ao Ver. Kevin por que a
gente não aprovava a Emenda nº 03? Aí o Ver. Kevin disse: “Não pode porque é
uma S.A.” Mas o restante do projeto é uma S.A.; ótimo então que se fizesse a
criação de uma empresa anônima, e o Município desse o seu aporte e depois
fizesse tudo direitinho. Até hoje o Ver. Reginaldo Pujol leu a justificativa de
voto, estava encerrado. Só que depois segue, o Município começa a dar
patrimônio, a ceder funcionários, a ceder isso, a ceder aquilo. A Emenda do
Ver. Kevin diz isso; as duas emendas – que os salários dos funcionários do
Município não poderão ser isso; que os salários dos funcionários que virão de
autarquias... Quer dizer, que S.A. é essa? Eu também quero fazer parte desse negócio!
É como a questão dos postos que nós votamos aqui. Eu também quero fazer parte
desses negócios. É uma barbada! Nós estamos fazendo umas barbadas aqui. Então
nós estamos fazendo um encerramento de ano... Realmente este ano teve algumas
conquistas para a população de Porto Alegre, mas o dia de hoje acho que não foi
muito legal, nós não votamos a abertura de 16 postos de saúde 24 horas porque
não tem dinheiro. Aí nós arrumamos, de uma hora para outra, R$ 500 mil para
investir em uma S.A.; nós não temos dinheiro, mas, de repente, apareceu um
dinheiro que virá da compra de uma concessão – R$ 500 mil. Pois é apareceram R$
500 mil, pois é, mas que empresa é essa que começa com R$ 500 mil? Nem uma loja
na esquina se abre com R$ 500 mil! Eu queria ouvir isso. Como é que nós vamos
abrir uma empresa para captar recursos? Uma empresa que vai fazer tudo isso?
Então, nós não vamos começar, Ver. Casartelli, somente dando um ou dois
terreninhos, essa empresa vai começar com R$ 500 mil, mas ela vai acabar com
milhões da população de Porto Alegre, que poderiam ser investidos na saúde, na
educação, poderiam ser investidos no povo de Porto Alegre. Então, eu quero
dizer que nós deveríamos ter adiado essa votação para rever este projeto, mas
fazer este projeto como uma S.A. de verdade, como uma empresa de verdade, não
como é esse Frankenstein, que mistura o privado com o público, uma S.A. com
funcionários da Prefeitura, mas não fizemos isso.
Eu quero agradecer
pela convivência neste ano, espero que, ano que vem, realizemos as mudanças
realmente no Brasil. Eu não acredito em milagres, eu acho que não haverá
milagres; eu acho que nós vamos ter que fazer muitas reivindicações nas ruas.
Quero agradecer e parabenizar o Presidente Mauro Pinheiro e toda a Mesa desta
Casa por este ano, a todos os funcionários da Câmara de Vereadores e aos meus
Pares. Sei que algumas vezes até faltou um pouquinho de lealdade, hoje mesmo
fizemos um acordo que não foi cumprido. Eu venho de um setor em que o acordo
vale, e o que é falado, muitas vezes vale, e o que é escrito vale muito mais. E
aqui eu aprendi que nem sempre o que é acordado é o que vale. Aqui eu aprendi
que as artimanhas da política, muitas vezes, usam outro campo. Hoje mesmo
fizemos acordos que não foram cumpridos porque é o jogo. Então é o novo jogo
que estamos aprendendo a jogar. Um feliz 2016 para todos e um bom Natal, e
quero dizer que a população de Porto Alegre não o terá com a abertura dos
postos de saúde 24 horas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada
pelo Ver. Kevin Krieger e Ver. Clàudio Janta, a Emenda nº 05 ao PLE nº 026/15.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 22 votos SIM e 05 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal, solicitada
pelo Ver. Clàudio Janta, a Mensagem Retificativa ao PLE nº 026/15. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADA por
19 votos SIM, 06 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
(O Ver. Delegado Cleiton procede à entrega da Declaração de Voto ao PLL nº 237/14.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada
pelo Ver. Engº Comassetto, o PLE nº 026/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
APROVADO por 20 votos SIM e 09 votos NÃO.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu não quis confundir as coisas. Acho que esta é
uma noite bastante triste para Porto Alegre, com a votação deste projeto
lamentável. Mas eu queria me despedir da Mesa. Esta é a última Sessão dirigida
por V. Exa., nosso Presidente Mauro Pinheiro; nosso Vice-Presidente, Ver. Paulo
Brum; Ver.ª Jussara Cony; Ver. Delegado Cleiton. Eu queria desejar um bom Natal
e um feliz Ano Novo aos funcionários da Câmara. Eu, amanhã, estarei na Comissão
de Direitos Humanos, mas, como é a última Sessão do ano, eu não poderia deixar
de fazer este registro à nossa Vereadora Líder da oposição, Ver.ª Jussara Cony.
O Ver. Airto Ferronato pede que eu cumprimente também em nome do PSB o nosso
Presidente Mauro Pinheiro, que se despede hoje da presidência da Câmara de
Vereadores na última Sessão Legislativa. Muito embora esteja muito indignada
com o projeto anterior, não poderia deixar de fazer este registro em nome da
bancada do PSOL. Um abraço a esta Mesa que sai, e eu espero que, no ano que
vem, esta Câmara vote projetos melhores para o povo. Nós sabemos que não foi
uma decisão do Presidente, mas uma imposição da base do Governo, mas, de fato,
é uma noite lamentável para a Câmara e para a cidade de Porto Alegre.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver.ª Fernanda.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu tenho uma proposta: dado a
tolerância do Ver. Nedel, que o
projeto que deixou de ser votado hoje seja o primeiro projeto a ser votado em
2016. Que seja desde já acertado que será o primeiro a ser votado.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro. Como é a última Sessão do
ano de 2015...
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Nós combinamos de votar o último projeto.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não tem problema, Ver. Nedel.
A SRA. JUSSARA
CONY: Eu quero cumprir o acordo, Sr. Presidente. Nós temos um acordo. Votemos
“sim” ou “não”.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Presidente, este projeto não estava no acordo,
apareceu hoje na lista de prioridades, trata de feira informal. Requeiro o
adiamento por cinco Sessões e peço votação nominal.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Este projeto foi previsto pelo Ver. Casartelli.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Só para esclarecer: há uma confusão na cabeça dos Vereadores quando
falam em feira. Este projeto não trata das feiras de Porto Alegre, este projeto
trata do que vem ocorrendo na cidade de Porto Alegre, onde empresas vêm fazendo
feiras irregulares, chamando de feiras quando param caminhões em ruas de Porto
Alegre. Não são feiras livres. Param caminhões nas ruas de Porto Alegre e
vendem roupas, móveis, sapatos, varejo, tratando como feiras. É para regulamentar
isso que vem acontecendo em várias ruas, praças, em lugares onde o lojista de
Porto Alegre tira nota, paga imposto para a cidade de Porto Alegre e essas
pessoas de fora da cidade vêm fazendo isso. Então, o projeto do Ver. Nedel é
para regulamentar essas ditas feiras na cidade de Porto Alegre e o Ver.
Casartelli priorizou este projeto, então entra em nome do Casartelli. É um
projeto do Ver. Nedel, mas priorizado pelo Ver. Casartelli.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, está aberta a discussão do projeto
de lei do Ver. Nedel?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Tem o Requerimento da Ver.ª Fernanda Melchionna,
que pede o adiamento da discussão por cinco sessões. Vou colocá-lo em votação.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Então, eu peço a palavra para encaminhar a votação
do requerimento.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª
Fernanda Melchionna, que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 067/15 por
cinco Sessões. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs, Vereadores,
eu, há dez ou quinze minutos, fiz uma proposta que eu julguei que tinha plenas
condições de ser aprovada: que nós elegêssemos o projeto do Ver. Nedel para ser
o primeiro a ser votado em 2016. Fui mal interpretado. Eu estou aqui para votar
este projeto e quantos outros projetos que tiverem que ser votados, Sr.
Presidente. Eu entendi, vendo o plenário começar a se esvaziar, que existia uma
dificuldade que isso acontecesse. Por isso, Vereadora, eu vou votar contra o
seu requerimento. Agora, eu quero que seja votado este projeto aqui. Eu já
dispensei os meus colaboradores, os meus servidores. Parece que as pessoas
querem mostrar que nós vamos trabalhar até a meia-noite. Eu quero ir além da
meia-noite, inclusive, nós vamos até a uma da manhã, se for necessário. Quero
votar o projeto do Ver. Nedel hoje, antes da meia-noite, se não vou ter que
votar amanhã, depois da meia-noite. Mas, de qualquer forma, quero enfrentar
agora. Nunca eu teria desconsideração com o Ver. Nedel. O Vereador me entendeu
mal, achou que eu queria fugir, eu estava querendo privilegiar uma situação em
favor dele, me entendeu mal. Agora, vamos corrigir, vou ficar aqui, Vereador,
para vencer com V. Exa. ou sucumbir com Vossa Excelência. Quero votar o
projeto, e por isso sou contrário ao Requerimento da Ver.ª Fernanda Melchionna,
que pede o adiamento por cinco sessões.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Fernanda
Melchionna, o Requerimento de sua autoria. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) 01 voto SIM, 12 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mais o voto do Presidente,
totalizando 15 votos. Não há quórum.
Está encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 23h42min.)
* * * * *